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Nossas Américas Nossos Cinemas – Balanço geral

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O primeiro encontro de jovens realizadores da América latina e do Caribe teve seu encerramento nesse último sábado, 26. Confira a cobertura completa do que aconteceu em Sobral durante o evento

Filmes foram exibidos na praça central de Forquilha

Vale informar que o o fórum de cinema Nossas  Américas Nossos Cinemas não se deu apenas nas palestras, debates e exibições no Teatro São João. O Festival percorreu algumas cidades, nas quais vários filmes foram exibidos em praças públicas, na cidade de Forquilha. Foi marcante a presença de crianças e adolescentes interessados em confira os filmes oferecidos.

Voltando a Sobral. O cineasta e escritor franco-canadense Michel Régnier abriu a manhã do dia 26 no teatro São João. Em sua palestra, falou de sua formação como documentarista e de seu posicionamento sociopolítico em meio à cinematografia. Régnier falou também de suas experiências passadas no Brasil e particularmente no Ceará, onde filmou O ouro de Poranga, além de O mundo de Freddy Kunz, em Santo Adnré, e Sob as grandes árvores, no Acre.

Michel já dirigiu mais de 100 documentários nas Américas, Europa, Ásia e África. Sobre o cineasta, escreve Rosemberg Cariry: “Para Michel Régnier, o exercício da profissão deve ser vivido como um sacerdócio, não aquele sacerdócio de quem revela verdades imutáveis, mas o exercício de um trabalho cotidiano realizado com a humildade de quem se despe das verdades canônicas e, com os outros, aprende a revelação da vida. O cinema é a matéria do sonho e da vida”.

Assista aos filmes de Michel Régnier no seguinte link

A segunda rodada de debates trouxe os jovens realizadores integrantes do fórum latino americano Cinema entre fronteiras: Axel Monzú (Argentina), Luiz Alberto Cassol (Brasil), Daniel Palacios (Paraguai) e Nicolas Amadios (Argentina). Criado em 2007, o Cinema entre fronteiras nasceu com o intuito de unir forças entre cineastas brasileiros, paraguaios e argentinos, assim, quebrando as barreiras que nos separam artisticamente. Os cineastas integrantes do fórum defendem a horizontalidade de suas coproduções, não há hierarquia, seus filmes são feitos em consenso e buscam civilizar a luta político social, o que eles realmente procuram é realizar uma revolução cultural através da união de seus fazeres cinematográficos.

Para encerrar a manhã de sexta-feira, subiram ao palco do teatro São João os cineastas Geraldo Sarno (Brasil), Alicia Cano (Uruguai), Ivan Sanginés (Bolívia) e Manfredo Caldas (Brasil). O tema da mesa foi Cinema:Ensino e Prática. Para incendiar a discussão, Geraldo Sarno começou citando Jean-Luc Godard (em seu documentário Histoire(s) du Cinema) no seu conceito radical de cinema: O objetivo do cinema de hoje é manter a memória dos derrotados (sim! Hollywood venceu a guerra no âmbito cultural) para que haja um renascimento dele mesmo. Na mesa discutiu-se a importância das escolas de cinema na transformação da estética e técnica cinematográfica, mudando através da experimentação, a linguagem audiovisual.

A cineasta uruguaia Alicia Cano se referiu à escola de cinema como um espaço privilegiado para o desenvolvimento do intelecto, mas sem sufocar a imaginação. A experiência empírica leva à teoria, segundo ela, e temos de nos opor ao cartesianismo imposto na realização cinematográfica.

Registro de uma das oficinas do fórum de Cinema

Mais discussões à tarde, com as mesas de debate temática na Escola de Música de Sobral, além das oficinas de criação de roteiro e direção de arte. Também ocorreram exibições de curtas nas mostras Grande Caribe, Santiago Álvarez e Curta o Ceará.

Paralelo às atividades vespertinas, realizei uma entrevista – a ser publicada em breve – com o cineasta Eryk Rocha, o qual, ainda naquela noite, apresentaria o seu novo longa Transeunte. A exibição foi, com certeza, o ponto alto do dia. Eryk subiu ao palco para apresentar o filme, que foi ovacionado pela platéia que aplaudiu ao longa com empolgação ao longo de sua projeção.

Transeunte acompanha a vida de Expedito, um aposentado que parece ser figurante de sua própria história. O jogo de câmera usado por Eryk é a aproximação máxima daquilo que se entende por câmera-corpo, na dinâmica visual proposta pelo filme, parecemos estar sempre imersos naquele universo, cara a cara com Expedito. Além disso, o caráter visual macro do filme nos convida a entrar ainda mais fundo no âmago da solidão de seu protagonista.

Rodado todo em preto e branco, Transeunte não tem muitos diálogos. A própria fotografia intimista e a narração musical – só para constar, a trilha sonora original foi composta pelo cearense Fernando Catatau, da banda Cidadão instigado – já dão conta de toda sua estrutura. Até agora, o melhor filme exibido no festival.

Transeunte será lançado, em breve, em DVD. Confira o seu trailer.

Clique aqui para assistir o vídeo inserido.

 

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